"Origem e História do Samba"

"Origem do Samba"
Obras e historiadores se contradizem ao falar da origem do samba. É realmente difícil dizer com precisão quando, como e onde nasceu esse ritmo. Segundo historiadores, a pré-história do samba começou com duas tribos; os Curumbás, do interior do Nordeste, na época da seca do Sertão, iam para o litoral com o intuito de ganhar dinheiro, e para festejar a colheita eles levavam viola e dançavam o "semba", como era chamado. E com os Amocreves, que levavam especiarias para vender no litoral, principalmente em Goiana. À noite, quando acabavam o trabalho, também dançavam o "semba". Existe uma gramática na língua Cariri de 1699, que já falava do samba. O contato com o negro, que possui um grande potencial de assimilação, fez com que o samba ganhasse mais 'beleza', incluindo nele as palmas e a umbigada. 

"Todo engenho tinha uma roda de samba. Com os negros, ele ganhou o atabaque, a cuíca e o gongo". Um fato importante é que os índios e caboclos desceram para o Sul pelo interior e os negros difundiram esse ritmo pelo litoral. Chegando no Rio de Janeiro, o ritmo cresceu, e em 1917, A música "Pelo telefone", de autoria de Donga (Ernesto dos Santos) foi o primeiro samba gravado e registrado, fazendo com que o samba fosse considerado como Gênero Musical. Posteriormente a letra foi atribuída a Mauro de Almeida.

"Origem do Carnaval"

O carnaval é considerado uma das festas populares mais animadas e representativas do mundo. Tem sua origem no entrudo português, onde, no passado, as pessoas jogavam uma nas outras, água, ovos e farinha. O entrudo acontecia num período anterior a quaresma e, portanto, tinha um significado ligado à liberdade. Este sentido permanece até os dias de hoje no Carnaval.

O entrudo chegou ao Brasil por volta do século XVII e foi influenciado pelas festas carnavalescas que aconteciam na Europa. Em países como Itália e França, o carnaval ocorria em formas de desfiles urbanos, onde os carnavalescos usavam máscaras e fantasias. Personagens como a colombina, o pierrô e o Rei Momo também foram incorporados ao carnaval brasileiro, embora sejam de origem européia.

No Brasil, no final do século XIX, começam a aparecer os primeiros blocos carnavalescos, cordões e os famosos "corsos". Estes últimos, tornaram-se mais populares no começo dos séculos XX. As pessoas se fantasiavam, decoravam seus carros e, em grupos, desfilavam pelas ruas das cidades. Está ai a origem dos carros alegóricos, típicos das escolas de samba atuais. No século XX, o carnaval foi crescendo e tornando-se cada vez mais uma festa popular. Esse crescimento ocorreu com a ajuda das marchinhas carnavalescas. As músicas deixavam o carnaval cada vez mais animado.

A primeira escola de samba surgiu no Rio de Janeiro e chamava-se Deixa Falar. Foi criada pelo sambista carioca chamado Ismael Silva. Anos mais tarde a Deixa Falar transformou-se na escola de samba Estácio de Sá. A partir dai o carnaval de rua começa a ganhar um novo formato. Começam a surgir novas escolas de samba no Rio de Janeiro e em São Paulo. Organizadas em Ligas de Escolas de Samba, começam os primeiros campeonatos para verificar qual escola de samba era mais bonita e animada.

O carnaval de rua manteve suas tradições originais na região Nordeste do Brasil. Em cidades como Recife e Olinda, as pessoas saem as ruas durante o carnaval no ritmo do frevo e do maracatu. Os desfiles de bonecos gigantes, em Recife, são uma das principais atrações desta cidade durante o carnaval. Na cidade de Salvador, existem os trios elétricos, embalados por músicas dançantes de cantores e grupos típicos da região. Na cidade destacam-se também os blocos negros como o Olodum e o Ileyaê, além dos blocos de rua e do Afoxé Filhos de Gandhi.

"Origem do Carnaval Santista"


No século XIX o povo santista já se divertia percorrendo ruas e logradouros da cidade, enquanto que na Praça Mauá aconteciam bailes de máscaras (bals masqués), em homenagem ao Deus Momo. Também já existiam os desfiles de carros alegóricos, como o da Sociedade Carnavalesca Santista (fundada em 1857). Além de pioneira, a Sociedade também participou do primeiro carnaval santista, acontecido no dia 14 de fevereiro de 1858 (no domingo gordo), em plena Praça Mauá, ao som de bandas e com a presença de cavaleiros mascarados e fantasiados. Em 1917, os blocos carnavalescos começaram a marcar presença, ganhando projeção a partir da década de 30 e alcançando seu clímax nos anos de 50 e 60.

No início da década de 20, os ranchos e choros passaram igualmente a figurar no cenário carnavalesco da cidade, e, a exemplo dos blocos, tiveram sua época de esplendor. Ainda nos anos 20, os cordões de baianas empolgavam o público com os requebros e sapateados de suas cabrochas. O primeiro banho de mar à fantasia de que se tem notícia, em Santos, ocorreu num domingo anterior ao canaval de 1922, numa promoção do bloco Pé no Fundo, do Clube Internacional de Regatas, quando os foliões desfilaram pela areia da praia do Gonzaga e foram mergulhar no mar. Também o pessoal do C.R. Saldanha da Gama promoveu um desfile idêntico na sexta-feira que antecedeu o tríduo momístico daquele ano de 22, em frente à sede do clube, na Ponta da Praia.

Os patuscos do bloco Pé no Fundo inventaram em 1926 o banho de mar à fantasia. Em 1923, coube ao B.C. Pé-no-Lodo, do C.R.Santista realiza um banho de mar à fantasia, no domingo antes do carnaval. No mesmo ano, uma turma do C.R. Saldanha da Gama promove um desfile na Ponta da Praia, seguido do banho de mar à fantasia, repetindo o evento em 1924 e 1925, quando passou a contar com o incentivo do carnavalesco carioca Lorde Gorila (Luís Marciano Vieira Carvalho). Foi nessa época que a divertida patuscada veio a chamar-se Dona Dorotéia, Vamos Furar Aquela Onda?

Comandado pelas consagradas tias Euclydia e Lydionetta, o Rancho-Escola Arrasta a Sandália fez furor nos anos 30 e 40, sempre batucando e desfilando com baianas. Outro rancho com características idênticas, o Novo Horizonte, surgiria em 1947, ganhando fama devido à sua contagiante batucada e pelas evoluções de seus balisas. Naqueles tempos, imperavam as chamadas Batalhas de Confete, que antecediam o carnaval e eram realizadas nos bairros, nas praias e no centro da cidade.

As escolas de samba merecem um capítulo à parte na história do carnaval santista. A partir do início da década de 40, surgiram os agrupamentos ou escolas pioneiras, como a Número Um do Canal 3, da Ilha Maldita (1941); Aí Vem a Favela, do Campo Grande (1942); Xisnove, da Bacia do Macuco (1944) e outras, que passaram a desfilar pelas ruas durante os festejos de Momo. Até então, somente eram programados concursos para as categorias choros, grupos, blocos e ranchos, que aconteciam durante as batalhas de confete, em casas de espetáculos, clubes ou campos de futebol, sempre com o apoio da imprensa, do comércio e do povo em geral.

A primeira disputa envolvendo escolas de samba teve lugar na Rua General Câmara, em fevereiro de 1947, por iniciativa de cronistas carnavalescos e com o apoio dos comerciantes do centro da cidade. Foi campeã a E.S. Xisnove e vice a E.S. Vitória.

"Texto e imagens extraídas do Site do Jornal Novo Milênio"


 (Escrito, editado e publicado por: Alexandre Gonçalves de Souza)